Diante da nova prorrogação da suspensão das operações dos cruzeiros pela costa brasileira, até 4 de março, conforme comunicado da Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (CLIA Brasil), a Associação dos Profissionais do Turismo da Baixada Santista (APT), representada por seu presidente, Eduardo Silveira, segue na expectativa de que a temporada seja retomada, seguindo o rigor dos protocolos já estabelecidos e com adoção de novas medidas preventivas, se assim for entendido pelas autoridades.
A atividade dos cruzeiros exerce uma reação em cadeia extremamente positiva para a nossa economia, na Baixada Santista em especial. São inúmeras áreas e profissionais movimentados com o vai-e-vem dos navios, desde o agente de viagem que vende o pacote para os viajantes até os fornecedores de insumos que abastecem as embarcações, em cada porto por onde passam.
Diante da dimensão dessa cadeia, não há como mensurar os reflexos negativos de um provável cancelamento da temporada, uma vez que a economia toda ganha com essa movimentação de cruzeiristas, que, aliás, estava represada desde março de 2020, no começo da pandemia.
A APT reconhece os esforços das companhias para oferecer uma temporada segura e com respeito à vida de todos os que embarcam num cruzeiro, do viajante ao tripulante. Acompanhamos de perto o processo que avaliava a retomada dos cruzeiros, ainda em 2020, nos envolvemos com o tema e buscamos informações seguras e oficiais sempre, para entendermos cada passo na trajetória que levou à liberação da atividade, em novembro de 2021.
Enquanto representantes dos profissionais de turismo, acreditamos que o segmento todo será beneficiado com a manutenção da temporada, mas entendemos que para isso acontecer muitos esforços precisam ser colocados em prática, como, por exemplo, a adoção dos protocolos necessários por todos estados e municípios em que os navios aportam. Essa é uma exigência da Anvisa, mas algumas cidades não estão em concordância com a atividade dos cruzeiros, o que, por essência, compromete toda a normativa de medidas preventivas estabelecidas pela própria Anvisa.
Seguimos acompanhando as tratativas para que os navios voltem a navegar no nosso litoral, quem sabe com uma temporada estendida, para além dos meses de costume dessas operações, mas com todo o cuidado e respeito à vida que sempre marcaram o trabalho de quem atua no segmento.
Por fim, a APT apoia a temporada de cruzeiros e deposita total confiança na responsabilidade das companhias, contando com o bom senso das autoridades e dos cruzeiristas, para que todas as medidas preventivas sejam adotadas efetivamente.
CLIA Brasil
Estima-se, conforme estudo da CLIA Brasil em parceria com a FGV, que cada navio gera em torno de R$ 350 milhões de impacto para a economia brasileira. A cada 13 cruzeiristas, um emprego é gerado.
A temporada atual, que começou em novembro de 2021, tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão, além da geração de 24 mil empregos, envolvendo uma cadeia extensa de setores da economia, entre eles comércio, alimentação, transportes, hospedagem, serviços turísticos, agenciamento, receptivos e combustíveis, entre muitos outros.
Não foi feita ainda uma contagem mais específica sobre essas perdas, mas em torno de 30% da temporada aconteceu entre novembro e começo de janeiro.